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JUN
Combate ao etarismo na pauta do Endomarketing e da Comunicação Interna
No momento em que se intensificam as discussões sobre diversidade nas empresas, é preciso estar com o olhar mais atento para o etarismo e como combater este mal nas organizações. Sem dúvida, tudo começa pela tomada de consciência das lideranças, mas também dos seus times. E este pode ser um tema espetacular para ações de Endomarketing e Comunicação Interna.
De acordo com a pesquisa realizada pela Ernst & Young e a Maturi em 2022, envolvendo quase 200 empresas brasileiras, foi constatado que a maioria das organizações pesquisadas tem apenas de 6% a 10% de pessoas com mais de 50 anos em seu quadro de colaboradores. O estudo mostra que 78% das empresas consideram-se etaristas e têm resistências para contratar trabalhadores desta faixa etária. Outro dado relevante é que 80% das companhias não possuem políticas específicas e intencionais para combater a discriminação etária em seus processos seletivos.
Esta postura das organizações entra em choque com o envelhecimento da população brasileira. Estimativas indicam que até 2040, seis em cada dez trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos de idade. Os números do IBGE mostram que, em 17 milhões de famílias brasileiras, o sustento econômico fica por conta de pessoas com mais de 60 anos. Essa tendência indica que já passou da hora de desenvolver uma consciência de valorização de pessoas com mais de 50 e 60 anos.
O surgimento desta nova mentalidade precisa ser fortemente trabalhada dentro das organizações, em planejamentos de Endomarketing e Comunicação Interna, incluindo ações de conscientização sobre a importância dos profissionais maduros nas empresas, por trazerem uma experiência inestimável, que nenhum iniciante poderia apresentar. Além de tudo, é fato que o nível de comprometimento e engajamento dos trabalhadores com mais idade é muito alto.
O estudo da E&Y e Maturi também mostra que, para 42% das empresas pesquisadas, diversidade, equidade e inclusão (DEI) não é um tema prioritário na estratégia do negócio. Além disso, entre as empresas que já possuem práticas estruturadas de DEI, os temas principais são Gênero e Étnico/Racial (com 75% de citações). Apenas 45% trabalham o pilar Etário/Geracional.
Seria ilusão acreditar que apenas a comunicação externa poderia resolver esta questão do combate ao etarismo. Infelizmente boa parte das companhias ainda resiste em investir em Endomarketing e Comunicação Interna. Consideram tempo perdido e gastos desnecessários, já que a prioridade seria bater metas de vendas. Entretanto, ignoram que os times internos são os maiores influenciadores das empresas e é dentro de casa que a semente do incentivo à diversidade deve ser plantada.
De que adiantaria contratar pessoas com mais de 50 anos se, ao iniciarem o processo de trabalho, elas passassem a ser discriminadas e mal vistas por seus colegas mais jovens? Assim como a cor da pele e a orientação sexual não são condição para um profissional ser competente, a idade também não é. Pensemos nisso, e adotemos em nossas empresas programas de conscientização através de planejamentos estratégicos e bem elaborados de Endomarketing e Comunicação Interna.
A boa imagem das empresas precisa ser construída de dentro para fora, para ser sólida e perene. Pensemos nisso e coloquemos em prática!
Cristina Barude
Mentora e Consultora de Comunicação Corporativa e Sócia da Lume Comunicação Integrada
A Lume Comunicação, agência com 30 anos de mercado, que busca, através de estratégias
inteligentes, integradas e modernas, ampliar a comunicação dos clientes junto aos
seus diversos públicos de interesse, contribuindo com o sucesso das instituições
que assessora.
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