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AGO
O que é comunicação interna?
A comunicação empresarial reúne três linhas de atuação essenciais: a comunicação institucional – que tem como público-alvo investidores, financiadores, parceiros e governo; a comunicação de marketing – cujo público-alvo são os consumidores, o público final; e a comunicação interna – que tem em funcionários, colaboradores, empregados ou associados o público-alvo. Para que uma organização obtenha o máximo de resultados em comunicação, é fundamental desenvolver ações e projetos que contemplem os três grupos, de forma integrada e contínua. A competitividade e o desejo de obter efeitos rápidos, porém, levam as empresas a investir sistematicamente em ações institucionais e de marketing e, por vezes, descuidar da comunicação interna, vertente estratégica para o posicionamento organizacional.
Organizações que dispõem de processos de
comunicação interna estruturados, contínuos e periodicamente atualizados costumam apresentar melhores resultados administrativos e econômicos. Quando funcionários, colaboradores, empregados ou associados dispõem de informações precisas e atualizadas, dominam a dinâmica da empresa, suas decisões e procedimentos agem de forma sinérgica, favorecendo a obtenção de resultados e o atingir de metas. Além disso, essa sinergia, a partir da comunicação interna, valida as mensagens que são direcionadas para o público externo, afinal, não adianta uma marca querer construir uma imagem moderna, atual e criativa quando os processos internos são morosos, desatualizados e verticalizados.
Um trabalho consistente de comunicação interna também beneficia o clima organizacional, já que as pessoas – essenciais para a consolidação de uma organização – sentem-se parte dos processos, lembradas e valorizadas. Vamos imaginar uma situação hipotética: uma empresa decide lançar novo produto ou serviço. Para divulga-lo cria campanhas publicitárias, compra espaço midiático, faz ações em diversos pontos de vendas. Para anunciar a novidade aos funcionários, contudo, ela não faz nenhuma ação, enfim, eles ficarão sabendo quando virem outdoors, propaganda e promotores nas principais lojas da cidade, certo? Errado. Os funcionários ficarão sabendo quando virem todas essas peças e ações, mas como se sentirão? É provável que pensem: “Nossa, temos um produto novo e eu, que trabalho nessa empresa nem sabia?”. E mais: podem passar pelo constrangimento de ouvir de um amigo ou parente: “Que produto é esse?” e não terem a menor ideia sobre como responder.
Medidas simples podem evitar esse tipo de situação.
Manter a equipe informada, tornar todos, independente do nível hierárquico, partícipes das decisões empresariais. Isso contribui para o engajamento, o clima organizacional e o sentimento de pertencimento da equipe. A comunicação interna quando levada a sério também aumenta as chances de conhecer os profissionais que integram a empresa, bem como suas ideias e sugestões, tornando a dinâmica empresarial mais assertiva. Potencializa ações e resultados positivos, já que funcionários mais satisfeitos e bem informados tendem a propagar visão, valores e boas ações da companhia que integram.
Para isso, é importante que a definição das estratégias de comunicação interna esteja incorporada a um planejamento de comunicação corporativa que congregue ações, objetivos e metas claras, conforme o perfil de cada público. As táticas e operações adotadas dependem da dinâmica interna, do tamanho da organização, das necessidades reais e, também, da disponibilidade orçamentária. Contudo, é essencial que a organização compreenda a importância de agregar a equipe; de ouvir sugestões, dúvidas e críticas; e de manter canais constantes de diálogo e troca de informações.
Quando a comunicação interna é efetiva suaviza impactos em situações de crise, minora as chances de dispersão de informações equivocadas, assim como diminui o índice de atitudes de esquivas que podem ser percebidos como descaso. E mais: torna os diferentes níveis hierárquicos mais próximos – já que amplia o alcance das informações e das deliberações que deixam de circular somente nos níveis mais altos; integra dados, pessoal e posicionamentos organizacionais nos níveis operacional, tático e estratégico, favorecendo a execução de projetos organizacionais e o atingimento de metas.